No último domingo (29/5) a seleção brasileira de beach soccer disputou sua terceira final de Copa América, em três edições já realizadas. Mas, diferentemente dos anos de 2016 e 2018, quando terminou como campeã, agora em 2022 a seleção ficou com o segundo lugar. A derrota na final para o Paraguai, adversário nas edições anteriores, não estava nos planos da delegação brasileira, mas isso não diminuiu a satisfação em relação ao desempenho dos jogadores.
“Procuro sempre ver o lado positivo das coisas. Jogamos uma competição de alto calibre, é a Copa do Mundo da América do Sul. Serviu para nortear a gente em relação à observação de atletas para a continuidade do trabalho, mesmo diante de todas as dificuldades que tivemos para montar o grupo, por conta de jogadores no exterior e problemas com lesão e Covid. Mas os que estiveram lá ganharam experiência internacional, viram como é jogar defendendo o nosso país. Não levamos a taça, porém, dentro do nosso processo de um novo ciclo, ganhamos em muitos outros pontos”, avaliou.
“Todos da delegação brasileira que estiveram no Paraguai deram o seu melhor em busca do tricampeonato. Vencemos todos os contratempos e chegamos à grande final contra uma equipe com jogadores de qualidade e muito mais experientes, e com uma base que treina junta há muitos anos. Mesmo assim, nossos jogadores mostraram seu talento e amor à camisa e fizeram um jogo de igual para igual, chegando muito perto da vitória, inclusive. Estão de parabéns, assim como o Marco Octavio, nosso comandante, que teve que preparar a equipe ao longo dos próprios jogos, já que fomos obrigados a mudar peças um dia antes da viagem”, disse Rodrigo Royo, presidente da CBSB.
Do elenco inscrito na Copa América, somente o goleiro Mão, o ala Brendo e o pivô Igor já haviam atuado em mais de uma competição oficial pela seleção principal. O goleiro Teleco, o fixo Lucas e o pivô Raphael Silva somente de uma. Já o fixo Matheus, os alas Balinha, Bernardo Botelho e Dmais, e os pivôs Dener e Fabrício debutaram com a camisa amarelinha, logo em um torneio tão importante.
Mesmo com metade da equipe estreando pela seleção brasileira, Marco Octavio aprovou o desempenho dentro das quatro linhas.
“O sentimento é de muito orgulho dos meus jogadores. Atravessamos todas as adversidades, montamos uma equipe com pouca bagagem de seleção, mas os atletas dignificaram a camisa e a tradição do beach soccer brasileiro. Fizemos uma grande competição, como ataque mais positivo, o artilheiro, segunda defesa menos vazada. Fizemos uma final extremamente equilibrada contra o Paraguai, tivemos chances de sair com a vitória, mas temos que valorizar a equipe campeã, que fez também um grande campeonato. Meus jogadores entregaram tudo o que podiam e isso foi extremamente satisfatório”, afirmou.
Já pensando para frente, o treinador planeja uma sequência maior de treinos, para que possa desenvolver sua maneira de trabalhar de forma mais contundente. Além de dar cada vez mais oportunidades para talentos de todos os cantos do país.
“A diretoria da CBSB vem trabalhando muito junto a CBF para que cada vez mais tenhamos as melhores condições possíveis de trabalho. Seria muito importante termos períodos recorrentes de quatro ou cinco dias de trabalho, para que o Brasil fortaleça sua maneira de jogar dentro da minha ótica, do que entendo ser o melhor para o país. O beach soccer brasileiro é muito rico e com essa continuidade de treinamentos poderemos observar diversos atletas que têm destaque em clubes, mas dentro do ambiente de seleção brasileira”, falou Marco Octavio.
O gerente de beach soccer da CBF, Eurico Pacífico, destacou o alinhamento entre a instituição e a CBSB para a construção de um novo momento para o esporte.
“CBSB e CBF estão empenhadas em construir um novo cenário para o beach soccer brasileiro, tanto na parte de organização de calendário de competições de clubes, quanto em melhoraria na estrutura e condições de preparação para nossas seleções. O ano de 2022 será um marco importante para o esporte”, disse Eurico.